Ela foi o samba
Quando ela passava, era como se a bateria começasse a tocar dentro de mim. Desde o surdo, batendo forte fazendo o corpo tremer, até o tamborim, dando cadência e um gingado a cada batimento.
Eu ia do samba enredo ao samba de breque, passando pelo samba-canção, era uma viagem no ritmo no seu rebolado.
Fiz da sua vontade meu enredo, do teu sorriso, meu estandarte. Era um mestre-sala apaixonado, cortejando a majestosa porta bandeira. Mas o carnaval, também se acaba.E tudo foi alegoria. Meu querer, se tornou adereço de uma fantasia. Desandou a harmonia. E o samba desandou.E tudo isso por que não foi o meu samba, que ela sambou.Sambou diferente, em outra escola, tirou seu sorriso da composição.O meu samba sentiu, e sofreu na apuração.
Findou meu carnaval antes das cinzas.Mas um batuqueiro, não cai tão facíl assim.O carnaval já vem, olha ele aí de novo!
Ela foi meu samba velho. Eu arranjo um samba novo.
